segunda-feira, 12 de março de 2012

UM NOVO OLHAR PARA NOSSO INTERIOR: GENOMA


O trabalho em torno do genoma humano era, a princípio, centralizado em uma linha única de estudos até que, em 1998, o biólogo Craig Venter fundou a empresa Celera Genomics, o que significou uma concorrência privada para um projeto público. A empresa utilizou os dados que o PGH divulgava livremente em seu site na internet e pode, desta forma, começar a pesquisa já respaldado pelo resultado dos outros cientistas. A princípio, a Celera tinha a intenção de ''guardar'' a descoberta, ao contrário do desejo do outro grupo, que era abrir o sequenciamento de genes humanos para o estudo de qualquer pesquisador.
Em abril de 2003, o grupo do PGH anunciou o fim do sequenciamento, e apresentou o resultado de que o ser humano tem mais de 3 bilhôes de bases, e tal estudo cutou quase U$$ 4 bilhões. O mais surpreendente da descoberta foi o número de genes: de 30 a 40 mil, sendo que o esperado era o de, pelo menos, 100 mil deles. A hipótese era baseada em outra crença, a de que cada gene é responsável pela codificação de uma proteína ou responsável por uma característica, como um determinado tipo de câncer ou cor dos olhos. Essa crença caiu por terra.
Uma série de polêmicas foi gerada em torno da conclusão do estudo, já que muitos afirmam que a explicação de todos os males e doenças genéticas tem origem no DNA. Alguns defenderam até a ideia de que a ''inteligência'' ou a ''burrice'' poderia ser estudada desta forma. E, claro, em contrapartida surgiram movimentos um tanto precipitados alertando para o perigo da discriminação racial e o medo pelo surgimento de ideias ligadas á construção e seleção de ''raças puras''.
Agora, passando o rebuliço inicial, os olhos dos pesquisadores estão voltados para o estudo dos genes. Isto possibilitará o aprofundamento a respeito da gênese de uma série de doenças e o conhecimento de muitas operações complexas do organismo humano. E, claro, possibilitar a descoberta de novas drogas e tratamentos que possam beneficiar a humanidade.

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