CAMPANHA ABOLICIONISTA
A medida em que o café propicia grande desenvolvimento econômico ao setor da autocracia rural, as divergências no interior da camada dominante se aprofundavam.
Nas regiões onde a produção do café era tradicional, outros produtos começaram a surgir.
Enquanto a aristocracia agrária decadente, principalmente no Vale do Paraíba, apegava-se ao trabalho escravo para manter seu patrimônio, o fazendeiros de café do sul já estavam implantando o trabalho assalariado de imigrantes. Essa mão-de-obra foi a maior força entre os grupos dominantes no final do Segundo Reinado, que trouxe as idéias republicanas.
O progresso obtido com o café e com a mão-de-obra imigrante assalariada possibilitou as campanhas abolucionistas. O risco de perder seus lucros, pois estava difícil comprar escravos, aínda correndo o risco dele fugir ou ficar doente, levou muitos cafeicultores a aderir à causa abolucionista.
A Inglaterra, que em 1807 havia suprimido o comércio de escravos em suas colônias, não conseguiu resultados imediatos no Brasil, Acordo de 1830 à 1831, que proibia o tráfico, não foi cumprido . Diante disso, as embracações que traziam africanos eram aprisionadas.
Em 1845, a ''Lei Bill Aberdeen'', autorizava a prisão de navios negreiros. Como o governo não podia impedir, a única solução era criar uma lei interna que pouco a pouco acabaria com o trabalho escravo. foi a ''Lei Eusébio de Queiróz'' (1850), que proibia o tráfico de negros.
Em 1866, foi dada a liberdade para o escravo que fosse como soldado combater na Guerra do Paraguai. A ''Lei do Ventre Livre'' (1871) libertava todos os filhos de escravos nascidos no Brasil.
Em 1855, assina-se a ''Lei do Sexagenário'', que declarava livres os escravos com mais de 65 anos. No entanto, poucos chegavam aos 60 anos, devido a vida difícil que levavam. Essa lei era mais interessante para a escravatura do que para os abolicionistas, pois libertava um escravo que não tinha mais condições e servia pouco ao proprietário.
O Brasil era o último país escravocata das Américas. No dia 13 de maio de 1888, a ''Lei Áurea'' assinada pela Princesa Isabel aboliu definitivamente todos os escravos. Com este ano quebram-se todos os laços que ligavam ao passado colonial, mas a resistência ainda era grande.
A luta era política para o fim da escravidão, conhecida como campanha abolicionista. Participavavm dessas lutas intelectuais, jornalistas, políticos e escritores como Joaquim Nabuco e Castro Alves. Mas não foi só a elite que fez o movimento. O fim da escravidão era exigido pelo capitalismo industrial para o desenvolvimento econômico do país. Na realidade ninguém lutou ou resistiu à escravidão mais do que os próprios negros escravos.
Nada adiantou a ''Lei Áurea'', a situação do negro continuava exatamente igual ou mais difícil. Não tinham dinheiro, nem moradia, não encontravam emprego e não tinham ajuda do governo.
Muitos ex-escravos pediam para trabalhar com os seus antigos donos, mesmo sendo explorados. Outros ficaram marginalizados e a maioria não conseguia se integrar ao desenvolvimento sócio-econômico do país.
A crise do Império de D. Pedro II, foi consequência de fatores econômicos, sociais e políticos, que fizeram importantes setores da sociedade chegar a uma conclusão: ''A Monarquia precisava ser superada para dar lugar a um regime político mais moderno para os problemas da época''.
As questões que levaram o Império a entrar em crise foram:
QUESTÃO ABOLICIONISTAS
Os senhores de escravos do Vale do Paraíba e da Baixada Fluminense não queriam a abolição da ecravidão e ainda não tinham sido indenizados pelo governo. Sentiram-se abandonados e começaram a apoiar a causa republicana. Em 1873, realizou-se, na Província de São Paulo, a Convenção de Itu, oficializando a criação do Partido Republicano Paulista. Estavam presentes os Barões de Café, industriais e intelectuais que viam a possibilidades de modernização política.
QUESTÃO REPUBLICANA
Em diversos movimentos sempre se fazia presente a idéia republicana, com a inconfidência Mineira, Conjuração Baiana, Revolução de Pernambuco e Confederação do Equador, mas só em 1870 esses movimentos ganharam mais adeptos. O Brasil era o único país que mantinha o Regime Monárquico.
QUESTÃO RELIGIOSA
Em 1872, D. Vidal e D. Macedo, bispos de Olinda e Belém, resolveram seguir a ordem do Papa Pio IX, punindo irlandeses que apoiavam a maçonaria. D. Pedro II tinha carta simpatica pela maçonaria e decidiu intervir. O imperador ordenou que os bispos voltassem atrás em suas decisões, mas não foi atendido. A insubordinação dos religiosos custou-lhes a condenação por 4 anos de prisão com trabalhos forçados. Os bispos acabaram sendo anistiados, mas o incidente deixou clara a impossibilidade de se manter a união da Igreja e do Estado. Os religiosos passaram a aderir às causas da República. Contudo, o Imperador foi perdendo a simpatia pela Igreja Católica.
QUESTÕES MILITARE
Após a Guerra do Paraguai, o Exército brasileiro se destaca na sociedade. O monarca não reconhecia a importância, acreditava não ser necessário exército, pois o poder das decisões políticas eram civis.
O Brasil tinha um exército esquecido, mal organizado, mal instrumentado e mal pago (Eduardo Prado). A idéia de uma melhor valorização fez com que os oficiais aceitassem os ideais republicano.
Foi em meio a essa situação que surgiu em 1884 a quetão militar, provocada pela revolta de grandes chefes do exército, como o Marechal Deodoro da Fonseca, contra a punição ao Tenente Coronel Antônio Sena Madureira (favorável a abolição) e ao Coronel Ernesto Augusto da Cunha Matos (denunciou a corrupção por política).
D. Pedro, percebendo a difícil situação e o isolamento, apresentou à Câmara dos Deputados um programa de reformas políticas como:
- liberdade de fé religiosa;
- liberdade de ensino e seu aperfeiçoamento;
- autonomia para as províncias;
- mandato temporário para os senadores.
Entretanto, as reformas chegaram tarde demais. No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca assumiu o comando das tropas, ocupando o quartel-general do Rio de Janeiro, à noite e constituiu o Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil.
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